Estrangeiro Permanente

por Dulcineia Vitor

É devagar que você sente a brisa tocar o rosto. É com olhos fechados que você vai mergulhar.

Não dá pra apostar corrida com as próprias sensações, você só pode se entregar.

Joga a cabeça para trás, estica o corpo, levanta levemente o quadril, abre os braços.

Deixa o olhar marejar.

Só respira, sente.

Agora você sabe que a força da liberdade é como uma pena que não se desfaz na tempestade.

Vem, deixa a alma ser tocada como violão. Permite o namoro de baixo e bateria. Acolhe.

Toca leve os dedos na coluna, transpassa.

É intenso tudo aquilo que se permite viver. Raios laranjas de pôr-do-sol.

Deixe um comentário