por Dulcineia Vitor
Vinha despertando a atenção de todas as pessoas, andava pela rua como o mais imponente macho, cheirava bem… Mas o que era?
Para onde olhava tinha a atenção esperada, ‘ganhava’ sempre! Era alguém muito especial, olhar apaixonante, altura interessante e cabelos esvoaçantes. É, até rima o que era…
Certa vez, uma mulher me contou que ele era o homem mais fascinante da Terra. Porém, que ela não conseguira conviver com ele por mais de dois dias… Justificou ser o gosto adocicado do amor dele.
Ninguém sabia o que era. Mas ele encantava. Cheirava bem. Comerciantes esqueciam de cobrar-lhe as compras, caixas de banco esqueciam o pedido de depósito, motoristas de táxi erravam o destino, e, sim, não importava o gênero: todos se apaixonavam por aquele homem.
Até que um dia alguém o encontrou na perfumaria, havia acabado o encanto. Estranhou esse alguém, mas continuou a observar… E o viu comprar um perfume feminino… Alguém, então, interrompeu:
– É para sua namorada?
O homem com um sorriso já sem graça nenhuma, mas com um ar satisfeito, respondeu:
– Não, é para mim. Costumo usar este perfume de flores, me agrada, e o meu acabou.
Deu uma borrifada, logo ali, em si mesmo; e todos se apaixonaram novamente, o encanto retornara. E, o homem saiu sem pagar o perfume.